Carson, Donald A. Os Perigos da Interpretação Bíblica - A Exegese e Suas Falácias, São Paulo, SP: Edições Vida Nova, 2001, Segunda Edição em Português (Traduzido do original em inglês “Exegetical Fallacies”, por Valéria Fontana) .
D. A. Carson apresenta abordagem de vários tipos de falácias encontradas em trabalhos de exegese. Define que a falha de interpretação é enxergar num texto um elemento restrito e limitador que não pode ser demonstrado no texto em si.
O autor diz que uma interpretação crítica das Escrituras é aquela que justifica adequadamente os aspectos: lexical, gramatical, cultural, teológico, histórico, geográfico ou outro tipo.
Que é importante uma abordagem cuidadosa da Bíblia para nos capacitar à ouvi-la um pouco melhor. Não devemos aplicar ao texto bíblico as interpretações tradicionais que recebemos de terceiros, mas sempre exercer um papel crítico.
O estudo dos erros de interpretação é importante, porém contém seus riscos porque gera um negativismo contínuo é espiritualmente perigoso. O “distanciamento”, apesar disto, é um componente necessário do trabalho crítico.
É importante que haja desejo de entender as Escrituras, pois estamos lidando com os pensamentos de Deus. Precisamos nos esforçar ao máximo para interpretar e explicar a Palavra de Deus com clareza.
Antes de ler este livro já tinha uma idéia parecida da citação (pg. 16) que fala das formulações teológicas contraditórias entre os chamados “evangélicos”, onde se vê de tudo, das doutrinas mais simplórias às mais “sofisticadas”, porém muitas absurdas. Tudo isto por falta da aplicação correta da exegese por parte de alguns ou até por má-fé por parte de outros.
Após a leitura obtive uma visão do que é exegese. Aprendi que exegese é a “arte” de interpretar as escrituras da melhor forma, completa e exaustivamente, enquanto que hermenêutica diz respeito às ferramentas utilizadas ao exercício de exegese.
Achei interessantes os aspectos apontados pelo autor sobre os erros encontrados em diversas exegeses. Dentre eles me chamaram a atenção:
1 Obsolescência semântica: Significado de uma palavra que foi diferente em outra época. Ex. Pedagogo: escravo x professor;
2 Fontes Duvidosas: Utilizar pesquisas insuficientes e dando créditos alheios sem a devida verificação das fontes originais;
3 Erros lógicos: Inobservância das leis fundamentais da lógica, as quais são universalmente verdadeiras, tais como a lei da não-contradição e a lei do termo médio excluído;
4 Falácia baconiana que submete o historiador à uma busca de um objeto impossível por meio de um método impraticável. Destaca que é fundamental não deixarmos de reconhecer nossas próprias suposições, indagações, interesses e preconceitos, mas admitindo todos estes e dialogando com o texto, procurando fazer concessões para evitar confusão de nossa própria cosmovisão com as dos escritores bíblicos;
5 Distinção entre figurado e literal: “Deus deve ter um corpo, pois o texto fala do poderoso braço direito de Deus”.
O principal que aprendi foi sobre a necessidade de reconhecer a própria bagagem de convicções que cada um de nós traz consigo, especialmente aquelas herdadas, para não deixar interferir num distanciamento necessário do texto. Sempre exercer a crítica e exaurir todos os meios disponíveis de consulta e interpretação, com imparcialidade e posturas reverente e devota.
Elab.p/ J.T.Franco - Ceteg-T03/Metodologia Exegética/Prof. Carlos Henrique Machado/Seminário Presbiteriano do Sul
Apreciação Crítica do Livro
1 Referência Bibliográfica:
Packer, James I. O Conhecimento de Deus, São Paulo, SP: Mundo Cristão, 1987, Terceira Edição em Português (Traduzido do original em inglês “Knowing God”, por Cleide Wolf) .
2 Apresentação do autor
JAMES I. PACKER. Graduado pela Universidade de Oxford, Dr. James I. Packer tem servido como ministro assistente na Igreja de S. João da Inglaterra, Harborne, Birmingham, é Orientador Sênior e Diretor em Tyndale Hall (seminário Anglicano no Bristol). Pregador e conferencista na Grã-bretanha e EUA contribui freqüentemente para revistas teológicas. Seus artigos incluem Fundamentalismo e a Palavra de Deus, Evangelismo e a Soberania de Deus, Conhecendo Deus, e Crescendo em Cristo. Atualmente é Professor de Teologia na Universidade Regente de Vancouver, Canadá.
3 Apresentação da obra
Para que fomos criados? qual deve ser o nosso objetivo de vida? O que é a vida eterna que Jesus nos dá? Qual é a melhor coisa na vida? O que o homem pode fazer para melhor agradas a Deus? Estamos neste mundo para conhecer a Deus, e necessitamos mais e mais aumentar o nosso conhecimento sobre ele.
4 Panorama da obra
Do mesmo modo como seria cruel levar um índio da Amazônia de avião até a Praça da Sé para que ele tentasse sobreviver, também seria cruel tentarmos viver neste mundo sem saber nada a respeito de Deus.
A verdadeira religião se encontra em cinco princípios fundamentais do conhecimento de Deus:
1) Deus se relaciona com o homem falando através da Bíblia;
2) Deus é Senhor, cuida da criação e governa o mundo;
3) Deus é Salvador, resgata o homem através de Seu amor ativo e soberano;
4) Deus atua de forma contínua em três pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo;
5) O homem deve responder à Deus com confiança, obediência, fé, adoração e louvor, submissão e serviço.
Pode-se saber muito sobre Deus sem se conhecer muito d’Ele, quando estudamos teologia, falamos e pensamos sobre os temas cristãos. Podemos saber sobre piedade através da experiência dos outros.
Quando conhecemos a Deus nos tornamos corajosos e ousados aceitando riscos na nossa vida “segura e estável”. Isto inclui grande alegria n’Ele.
A vida eterna é conhecer a Deus (Jo 17:3).
O conhecimento de Deus envolve em primeiro lugar o ato de OUVIR a palavra de Deus; em segundo lugar NOTAR a natureza e o caráter de Deus revelados pela Sua palavra e obra; em terceiro, ACEITAR o convite e OBEDECER as suas ordens; reconhecer e se ALEGRAR no amor que Ele tem mostrado.
O conhecimento de Deus envolve meditação que é o ato de refletir, ou trazer à mente as coisas que se conhece sobre determinado assunto, para poder aplicá-la à própria vida.
Toda teologia especulativa com base em arrazoados filosóficos em vez da revelação bíblica, está errada (1Co 1:21).
A união da divindade e da humanidade na pessoa de Jesus resulta a mais profunda e impenetrável revelação do cristianismo. A verdadeira “pedra de tropeço” do cristianismo. Sendo Jesus o Deus encarnado torna mais surpreendente a sua morte do que a sua ressurreição. Morre o Imortal.
Ser cristão é estar adotado pelo Pai. A conseqüência disto é:
1) imitar o Pai, glorificar o Pai, aguardar o Pai (base da conduta cristã);
2) oração expontânea e pessoal, livre e ousada (base da oração);
3) não andar ansioso (base da vida de fé);
As provações íntimas servem para nos convencer de nossa própria incapacidade e assim levando-nos a agarrar-nos a Ele mais firmemente. De usa com freqüência a disciplina educativa.
Como cristão sou chamado a ser um homem manso, nem sempre lutando pelos seus direitos, mas entregando a Deus e deixar que Ele me vingue. Minha atitude deve ser a do Bom Samaritano. Devo me preocupar com os velhos, solitários e com as pessoas fora do meu círculo dos “verdadeiros crentes”.
O conhecimento de Deus envolve:
1) saber a seu respeito;
2) relacionamento pessoal;
3) fé;
4) obediência.
O conhecimento de Deus significa:
1) pedir sua misericórdia;
2) tornar-se discípulo.
Em resumo passamos a saber que, Deus nos quer como amigos.
5 Principais destaques da obra
O autor adverte: “Se procuramos obter conhecimentos teológicos como um fim em si mesmo, isso provavelmente só nos irá prejudicar, tornando-nos orgulhosos e convencidos.
O autor questiona o comportamento geral dos crentes, quando olha para trás, enfatizando a necessidade de se ter mais seriedade e direção no conhecimento de Deus. Confronta com alguns testes para julgar se conhecemos de verdade a Deus. Aqueles que conhecem a Deus:
1) tem grande força por Deus;
2) tem grandes idéias de Deus;
3) são ousados por Deus;
4) tem grande alegria n’Ele.
Destaca o caráter de envolvimento pessoal que abrange a mente, a vontade e os sentimentos. Para conhecer outra pessoa, é preciso dedicar-se a seus interesses, buscar sua companhia, enfim, envolver-se com as suas preocupações de um modo intenso.
Fala que o lado emocional do conhecimento de Deus é sempre desencorajado por medo do sentimentalismo meditativo, mas destaca a meditação racional, visto que Deus não existe para nosso “conforto” ou “felicidade”, nem para nos proporcionar “experiências religiosas” como meta principal. Sublinha o fato de pessoas que se baseiam em “experiências religiosas” mas não guardam “os seus mandamentos” (1Jo 2:4).
Critica os cristãos atuais, que esqueceram-se do verdadeiro “espírito de natal”, cuja ambição de vida é construir um belo lar criando seus filhos nos corretos moldes cristãos fazendo agradáveis amigos cristãos de classe média, e deixando que grupos de subclasses médias, cristãos e não-cristãos avancem sozinhos na vida.
Chama o cristão de hoje: O que é um cristão? Sua consciência, como a de Lutero, é cativa da palavra de Deus?
Explica a “Ira de Deus” como sendo reação contra o mal de um Ser moralmente perfeito. Esta ira não é humana, cruel, mas uma ira judicial, portanto tem o caráter do Juiz aplicando a justiça. Justiça esta conseqüência de uma escolha pessoal do homem.
Interessante a figura que o autor chama de “Teologia de Papai Noel”, sobre a bondade e severidade de Deus. No liberalismo se espalhou a crença do “bom Deus”, que levou em si mesma a semente de seu próprio colapso, pois não era possível ver a boa vontade de um Papai Noel celestial em coisas que causavam sofrimento.
Destaca a diferença entre expiação e propiciação, explicando que a última denota tudo que a expiação abrange mais a pacificação da ira de Deus.
Sobre a direção íntima do Espírito Santo chama a atenção para erros vitais quando não se utiliza a Palavra escrita. Formas de fanatismo e insensatez surgiram quando se quer adotar uma “superespiritualidade” que leva à uma confusão frenética. A maneira fundamental usada pelo nosso Criador racional para guiar criaturas racionais, é através do entendimento e aplicação racional de sua Palavra escrita.
Chama a atenção para o cristianismo ”abaixo do padrão” que gera um desenvolvimento espiritual retardado e até introspecção mórbida, histeria, perturbação mental e a perda da fé. Confunde a vida cristã na terra com a do céu, tem-se uma concepção errada da psicologia da obediência cristã: atividade impulsionada pelo Espírito e não passividade impulsionada pelo Espírito.
Adverte que nosso viver é estático e convencional, bem diferente dos cristãos no Novo Testamento, os quais não temiam pelo fracasso. Buscamos a segurança numa vida regrada e não na companhia de nosso Pai celestial.
Demonstra a diferença entre conhecer sobre Deus e conhecer a Deus. Quando se conhece verdadeiramente a Deus, se tem energia para servi-Lo, destemor para compartilhá-Lo e alegria n’Ele.
Elab. p/ J.T.Franco - Ceteg 3/Teologia Sistemática/Prof. Oadi Salum/Seminário Presbiteriano do Sul
Sinopse e Download do ebook (doc) E-books Evangélicos: O Conhecimento de Deus - J. I. Packer
Reprodução autorizada mediante citação da TV Câmara
Outras matérias
29/04/2007
Hermeto Pascoal (músico) (bl.2)
Hermeto Pascoal (músico) (bl.3)
NOTAS:
1 Capitalismo - O Capitalismo Protestante se firmou por volta do século XVII e XVIII visando estabelecer liberdade e justiça nas relações trabalhistas, produtivas e comerciais, (um sistema contrário ao trabalho-escravo até então utilizado por todo o Mundo). Nessa ocasião consolidou-se a adoção do livre trabalho assalariado, do sistema de preços e da produção em larga escala pela iniciativa privada.
2 Cristianismo Ortodoxo - Quatro anos depois da queda do Comunismo (1995), 17,5% da população Russa já havia retornado ao cristianismo. Hoje, esse número é bem maior.
3 Justiça rígida - Quem trabalha, ganha. Quem não trabalha, não ganha. - Quem usa, paga. Quem não usa, não paga. - Quem merece, recebe. Quem não merece, não recebe.
4 Sensível - Quem necessita, também recebe. - Quem não pode pagar, também pode usar. - Mesmo quem não merece, não será esquecido.
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